quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Capítulo um - A profecia é revelada

Notas gerais:

Essa fanfiction se passa após a Guerra Santa contra Hades retratada no anime/manga;

Algumas datas e fatos foram ligeiramente modificados;

E os personagens de Saint Seiya não me pertencem, mas os meus sim :D

Boa leitura!

ººººº

Mais um dia começava normal no santuário. Porém Mu pressentia que algo mudaria em sua vida hoje.

— Mas que sensação estranha — ele dizia.

Após a guerra contra Hades os cavaleiros de ouro já não usavam suas armaduras a todo o momento, podiam muito bem parecer pessoas comuns no meio da multidão. Era vontade de Athena que seus cavaleiros tivessem as suas vidas da forma mais normal possível. Mu trajava sua habitual roupa que usava quando estava em Jamiel. Estava um dia fresco e tranqüilo.

— Não me lembrava desse jardim, há muito tempo não venho aqui — disse Mu enquanto adentrava um há muito tempo esquecido jardim. Foi quando ele avistou uma garota caída no chão próximo a um banco, ela estava suando muito e parecia estar sentindo muita dor. Mu rapidamente se agachou próximo a jovem e disse:

—Você está bem?

— Me ajude, por favor... — foi a fraca resposta dela.

—Eu vou chamar um curandeiro — disse Mu. Porém quando rapidamente se levantava para fazer o que disse, a jovem o impediu:

— Não, por favor! Eu não quero que ninguém saiba da minha presença. Por favor, senhor!

A jovem estava extremamente sem energia, e mesmo assim ela desesperou-se. A um pedido desses, mesmo não sabendo o motivo dela, Mu atendeu.

— Tudo bem, levarei você para minha casa.

Mu ergueu-a em seus braços. A jovem ficou inconsciente.

Chegando à casa de Áries, Mu começou a curar suas feridas apenas encostando seus dedos sobre a pele e a roupa da jovem, porém, alguns ferimentos ele percebeu que não poderiam ser tratados facilmente desta forma.

— O que aconteceu com você? Com tantos ferimentos internos eu terei que liberar meu cosmo para ver se será possível ter melhoras. Tudo seria mais fácil se eu tivesse aqui um curandeiro...

E foi o que Mu fez, liberou para a garota um pouco de cosmo. Felizmente o corpo dela absorveu muito bem isto, fazendo com que o estado de saúde dela melhorasse.

— Que bom que deu certo. Agora espero que ninguém a note aqui.

Dois dias se passaram e a cada dia Mu, além de liberar para ela um pouco de seu cosmo, usava um pano úmido para limpar os braços, pernas e rosto da garota. Até mesmo a febre que ela tinha sumiu rapidamente. Ele também deixava sempre frutas frescas por perto caso ela acordasse, pois estaria com muita fome e teria que se alimentar para se recuperar.

No terceiro dia que a garota permanecia na casa de Áries ela recobrou a consciência, o ariano estava sentado próximo a ela:

— Onde estou?

— Que bom que acordou. Você está em minha casa, vou lhe trazer um pouco de comida.

E assim foi feito, Mu ajudou-a a comer algumas frutas

— Como se sente?

— Melhor. Obrigada por cuidar de mim. Quanto tempo se passou?

—Três dias.

— Tudo isso? Eu devo ir embora.

—Não posso permitir, você ainda está fraca, permaneça mais alguns dias em minha casa. Garanto-lhe que ninguém irá notar a sua presença.

— Eu não sei...

— Eu já me decidi — disse Mu levantando e levando para a cozinha a travessa de frutas. Quando voltou disse à jovem:

—A propósito, ainda não sei seu nome.

—Linna.

— Prazer Linna, eu sou Mu.

—Prazer.

Enquanto isso na décima terceira casa, um curandeiro dizia para Athena:

— Você tem certeza Athena? Que a sacerdotisa está por perto?

— Sim. Eu tenho certeza, em breve a encontraremos novamente.

De volta à primeira casa, Linna perguntava a Mu:

— Onde eu estou além de ser a sua casa? Eu quero dizer, eu não me lembro direito para onde andei e por quanto tempo.

—Você está no santuário de Athena, mais precisamente na casa de Áries.

Linna escutando isso ficou muda. Então Mu era um cavaleiro de ouro? Ela precisava sair dali o quanto antes!

— E você é um cavaleiro de ouro, de Áries?

— Exatamente.

Linna fez o máximo que pode para se conter e não gritar. Ainda tinha uma pequena chance da profecia não ser verdadeira, mas ela não iria arriscar, não podia ser responsável por mudar a vida de alguém desta forma. Ela pensava:

— Como fui tola! Acabei vindo exatamente pra onde eu havia fugido!

—Linna, eu vou buscar mais alguma coisa para você comer. Eu não pretendo demorar mais que meia hora. Permaneça aqui, assim ninguém irá te ver — Mu fazia questão de não questioná-la ainda sobre este assunto.

— Está certo.

—Não faça nenhum esforço. Eu não demoro — dizendo isso, Mu saiu para fazer o que havia dito. Assim que isso aconteceu, Linna se levantou, cambaleante, pois estava exatamente como Mu havia dito, fraca, e saiu da casa de Áries. Assim que saiu se sentiu tonta e desmaiou.

Nesse momento o curandeiro que já havia sido enviado por Athena, viu a jovem. Rapidamente a enrolou com um pano e subiu as escadarias para a décima terceira casa. Quando passava pelas casas, algumas destas tinham seu guardião dentro. Todos que viram a cena de um curandeiro correndo com um corpo ofereciam ajuda, que rapidamente era recusada pelo curandeiro esbaforido:

— Não precisa! Não se aproxime cavaleiro!

Assim que o curandeiro chegou à décima terceira casa, Athena estava a sua espera:

— Encontrou-a?

— Sim. É Linna. E ela está muito mal. Precisamos ser rápidos, ou ela pode morrer!

—Sim. Faça todo o possível para salvá-la. Onde você a encontrou?

Enquanto o curandeiro já liberava um pouco de seu cosmo para curar Linna ele contava a cena vista:

— Ela estava próxima à primeira casa, mas Mu não estava lá.

— Que bom.

Enquanto isso na casa de Áries, Mu retornava com um pouco de comida e suco. Chegando ao quarto viu que Linna não estava mais lá:

— Eu não acredito! Do jeito que ela estava fraca deve ter desmaiado novamente — disse pondo as coisas no chão e saindo correndo para fora de sua casa.

Mu procurou Linna e não a encontrando entrou novamente na sua casa e saiu pelo lado oposto, em direção à casa de Touro. Chegando lá foi logo falar com Aldebaran:

— Aldebaran...

— Olá Mu, você sabe o que houve?

— O que quer dizer?

— Você não estava em sua casa quando um curandeiro subiu em direção à casa do Mestre levando um corpo enrolado em um pano?

— Não.

— Pois é, muito estranho não? E eu me ofereci para ajudar e ele gritou dizendo para eu não me aproximar.

— Eu vou subir.

— Vai ver o que houve?

—Sim — dizendo isso, Mu correu em direção à décima terceira casa.

Assim que chegou procurou por Athena:

— Athena. Peço permissão para entrar.

Athena ouvindo que um cavaleiro estava ali, saiu da onde estava e foi recebê-lo em sua sala.

— Sim? Aconteceu alguma coisa Mu?

— Eu gostaria de saber se ela está bem.

— O que...

— Não foi uma garota de longos cabelos azuis que trouxeram para cá ainda há pouco?

— O que sabe sobre isso?

— Há três dias, eu encontrei Linna caída nos jardins que ficam próximos de um dos campos de treinamento dos cavaleiros. Ela me implorou para que eu não contasse a ninguém sobre sua presença. Levei-a para minha casa. Como ela começou a melhorar rápido decidi que não teria problemas em cumprir sua vontade. Apenas hoje mais cedo ela acordou. Porém, assim que voltei com mais comida, ela havia sumido, e conversando com Aldebaran, eu soube que um curandeiro havia subido as casas trazendo um corpo enrolado em um pano.

Após Athena ouvir todas as informações de Mu, ouviu-se o chamado urgente de um esbaforido curandeiro:

—Athena! Eu não sei mais o que fazer!

— Espere aqui que eu já volto — disse Athena para Mu.

Já novamente dentro da sala de curas intensivas, Athena perguntava:

—O que houve?

—Ela não está absorvendo o cosmo, algo está errado. Desse jeito a recuperação dela será muito difícil!

—Eu vou trazer Mu aqui.

—Athena! O Mu é um cavaleiro de ouro! Não faça isso!

— Já é tarde demais! — dizendo isso ela abriu a porta e chamou Mu para entrar — Entre.

Assim que ele entrou foi em direção a Linna preocupado:

—Linna...

— Não a toque senhor!

—Eu vou liberar meu cosmo a ela.

E assim ele fez. Neste momento o curandeiro muito espantado disse:

—Athena! Ela está reagindo muito bem ao cosmo de Mu!

—Eu vi — concordou Athena.

Depois de alguns minutos, Linna não mais suava e parecia que logo estaria boa e consciente novamente. Mu parecia cansado.

— Eu gostaria que você trouxesse Camus e Shaka aqui para mim — disse Athena se dirigindo ao Mu.

—Sim.

Mu saiu em direção à casa de Aquário pensando:

— Fizeram tanto sacrifício para escondê-la e agora mais dois cavaleiros irão vê-la? No mínimo estranho...

Mu trouxe os dois cavaleiros como havia lhe sido ordenado por Athena:

—Trouxe Camus e Shaka como você me pediu Athena.

—Sim. Eu gostaria de dizer a vocês dois que a Linna está de volta conosco aqui no santuário.

Shaka se espanta:

— O que? A L...

— A minha irmã voltou? — disse Camus

—Sim — respondeu Athena — por aqui — ela levou-os até a sala de curas.

Mu realmente estava estranhando tudo isso. Agora além dos dois já conhecerem Linna, Camus era... Seu irmão?

Ao ver o estado de Linna, Shaka pergunta à Athena:

— Ela ficará bem?

— Sim, ficará. Só não sabemos exatamente o que ela tem, mas ela está reagindo bem ao tratamento — neste momento o curandeiro faz uma careta.

Camus pegava na mão de Linna:

— Espero que você melhore logo minha irmã.

Shaka passou a mão na cabeça da jovem e disse:

— Melhore logo Linna!

— Bom, agora eu gostaria que vocês saíssem, eu quero ficar a sós com ela. Eu prometo que assim que ela acordar vocês ficarão sabendo. Mu, você me espera na minha sala — disse Athena aos cavaleiros de ouro.

Assim que os cavaleiros saíram, o curandeiro disse à Athena:

— Athena, tem certeza que prefere que o cavaleiro de Áries permaneça próximo de Linna?

—Você mesmo viu, não foi? Ela precisa do cosmo dele. Não tem outro jeito. Agora vá e me deixe sozinha com ela, em breve ela acordará e eu falarei com ela.

O curandeiro fez o que lhe foi ordenado. Poucos tempo depois Linna recobrou a consciência:

—O ...Onde eu estou?

— Você está na sala de tratamentos mais graves. E eu sou Athena.

Antes que Linna tentasse se levantar para tentar fazer alguma reverência, Athena a parou:

—Não a necessidade disso, você está muito fraca.

—Athena. Aconteceu uma coisa horrível! Eu encontrei um cavaleiro de ouro e...!

—Acalme-se Linna!

—Mas Athena! Você deve saber da profecia! É dito que assim que os olhos de um cavaleiro de ouro e os da sacerdotisa de Athena se encontrarem, eles se apaixonarão eternamente! Eu não posso deixar que isso aconteça! Eu não quero ser responsável por mudar o destino...

—Linna! O que aconteceu era o seu destino e essa “lenda” nem é garantida que seja verdadeira. Acalme-se, sim? Desse jeito você só vai piorar.

Linna mais calma diz:

—Será que não é verdade?

—Não temos nada que comprove que seja verdade. Nada mesmo. Bom, você não gostaria agora que eu chamasse aqui novamente algumas pessoas?

—Quem?

—Camus e Shaka.

—Eles estão aqui?

—Sim. Você quer vê-los?

—Quero sim, por favor!

—Então espere aqui e não se esforce. Ahh! E tem um cavaleiro preocupado que gostará de saber que você está bem — disse Athena saindo pela porta em busca de duas pessoas: o curandeiro e Mu.

Athena disse para o curandeiro que chamasse Camus e Shaka e disse para Mu:

— Você gostaria de falar com ela?

— Sim.

— Pode ir — dizendo isso Athena se sentou na sua cadeira em sua sala e começou a mexer em alguns papeis.

Mu foi para a sala de curas intensas novamente:

— Como se sente?

— Estou melhor senhor.

— Que bom. Mas, quantos anos você tem?

—Eu? Tenho vinte anos.

— Pois então. Eu também tenho vinte, não me chame de senhor.

—Certo, está bem — e deu uma risada. Linna então olhou para as mãos no colo e disse:

— Mu, sobre aquilo, naquele dia que você me encontrou...

—A que se refere?

—Bem, sobre eu não querer que ninguém me visse. Isso passou, era apenas bobagem minha.

— Que bom, por que enquanto você esteve inconsciente aqui, Camus e Shaka vieram lhe ver. Eu não sabia que o Camus tinha uma irmã.

—Ahh! Somos sim, irmãos gêmeos — e deu um sorriso.

— E o Shaka?

— Ele é um velho amigo.

Passados alguns minutos chegam Camus e Shaka

—Linna! Que bom te ver novamente!

—Shaka! Como está? Quanto tempo!

—Minha irmã...

—Nisan!

E os dois cavaleiros de ouro recém chegados se aproximaram de Linna:

— Que susto você nos deu! — disse Shaka

—Linna, por que foi sumir assim? — disse Camus

—Eu gostaria que esse assunto chato ficasse para depois, vamos falar do agora! O que vocês tem feito?

—Nos tornamos cavaleiros.

Ao ouvir a palavra: cavaleiro, Linna diz?

—De ouro?

—Sim, cavaleiros de ouro — responde Camus.

Pronto, era o que Linna precisava, seu melhor amigo e irmão cavaleiros de ouro. Apesar de que se a profecia fosse verdadeira, Mu...

—Linna? O que você tem?

—Nada Shaka, nada mesmo. Assim que eu melhorar gostaria rever todo o santuário!

—Então está certo — disse Camus.

Athena de repente entra na sala e diz:

—Marcaremos uma comemoração por causa do seu retorno Linna, assim que estiver melhor. Eu mesma ajudarei os cavaleiros nisto!

—Não é necessário...

—Desculpe-me Linna, mas já está decidido — disse Athena — A propósito, você já me parece muito bem, que tal se você Camus levasse a Linna para ficar em sua casa? Vai ser bom pra ela.

— Sim, farei isto Athena.

—Certo, então podem ir. Dentro de alguns dias será a festa. Combinaremos tudo até lá.

— Certo — disse Shaka.

—Mu, você poderia permanecer aqui que eu gostaria de lhe falar?

—Sim.

Então saíram Camus carregando Linna, e Shaka logo ao lado dos dois.

— Mu, se a Linna piorar não deixe de ajudá-la com seu cosmo.

—Farei isto Athena, juro que farei até o impossível para que ela melhore.

—Assim eu fico mais tranqüila. Pode ir agora.

—Com sua licença — disse Mu e na sala de Athena o curandeiro esperava com uma careta no rosto, ele ainda não achava certo que Linna se envolvesse com os cavaleiros de ouro.

ººººº

Notas finais: É isso ae, e esse foi o primeiro capítulo de Sacerdotisa. Espero que tenham gostado. Até mais!