domingo, 25 de maio de 2008

Sacerdotisa - Capítulo nove


A manhã seguinte nasceu quente, Linna novamente assim que acordou treinou em seu quintal. Quando a hora do almoço chegou, ela tomou um banho, vestiu o vestido verde bem claro que havia usado há alguns dias para ir ao lago e foi para o salão almoçar.

O almoço se segue normalmente, por incrível que pareça. Muitas pessoas encaravam a sacerdotisa disfarçadamente, ou tentavam fazer isso, porém como Mu não estava presente, a situação não passou disso.

A sacerdotisa se despede de todos e parte novamente à sua casa para esperar Mu de Áries. Este havia almoçado com Kiki em sua casa após passar ao garoto novamente diversos e complexos exercícios. O cavaleiro de Áries chega um pouco menos de uma hora depois dela. Ele bate em sua porta. E Linna vai abri-la.

—Olá Linna.

—Olá Mu! — a sacerdotisa abraça seu amado carneirinho que beija sua testa. Ele diz:

—Vamos dar uma volta?

—Claro! Espere apenas eu fechar a casa...

Linna entra em sua casa e fecha as janelas, enquanto isso Mu observava da porta a casa da jovem, era uma casa simples, aconchegante, parcialmente antiga... O deixava feliz olhar para esse lugar. Tudo parecia lembrar a sacerdotisa.

—Vamos? — a jovem de cabelos azuis estava sorrindo animadamente e segurando a chave de sua casa em uma das mãos.

—Sim, vamos — responde o cavaleiro dourado. Mu trajava suas habituais roupas originais do Tibet.

Os dois começaram a andar conversando. Linna ia um pouco mais à frente com as duas mãos juntas enlaçadas na frente de seu corpo e Mu andava calmamente junto dela.

—Como está o Kiki? — pergunta a jovem.

—Está bem. Irei aumentar seu treinamento. Em breve ele irá com Athena para o Japão.

—Athena irá para o Japão?

—De tempos em tempos ela viaja para lá devido às suas obrigações por ser a dona da organização que seu avô a deixou.

—Ah sim.

A tarde segue muito bem para ambos e para o resto do santuário. Kiki passou boa parte da tarde relaxando no lago e também fez suas devidas meditações, Saga e Kanon ajudaram Athena nos preparativos de sua viagem que logo estaria por vir. Apenas o final da tarde foi um pouco conturbado para Linna e Mu quando esses voltavam para casa. A sacerdotisa se sentiu um pouco envergonhada por estar sendo observada por todos, pois como ela estava junto do cavaleiro de Áries, as pessoas olhavam ainda mais curiosas para ela. Porém Mu parecia não se importar com isso, ele apenas passou um de seus braços pelas costas da jovem e apressou o passo tendo percebido que a garota ficara envergonhada.

—Não gosta que nos vejam juntos? — perguntou Mu para a sacerdotisa assim que eles se encontraram a sós a caminho da casa de Linna. Estas palavras poderiam ter sido ditas com um tom de ressentimento, porém foram ditas com a mais pura forma de amor.

—Não Mu, não é isso. É que eu não gosto que as pessoas fiquem reparando em mim, eu me sinto constrangida...

—Como você quer que as pessoas não reparem em você? A sacerdotisa mais bela que Athena já teve.

Linna corou. Mu era mesmo um cavalheiro.

—Hum, você por acaso conheceu todas as outras sacerdotisas e ficou ainda observando se elas eram bonitas? — Linna estava com um tom brincalhão.

—Não, mas eu tenho certeza que você é a mais bela entre todas. Não precisa ficar com ciúmes.

—Eu não estou com ciúmes! — a sacerdotisa fazia um bico emburrado.

—Você fica linda emburrada — diz o cavaleiro de Áries segurando o rosto de sua sacerdotisa. Ela desmancha o bico fazendo aparecer um sorriso um pouco encabulado.

Os dois continuaram conversando andando devagar até chegar à casa da jovem.

—Linna, venha jantar mais tarde em minha casa.

— Que horas eu posso aparecer lá?

—Não prefere que eu venha te buscar?

—Hoje eu irei sozinha.

—Venha então próximo às seis horas.

—Estarei lá.

O ariano faz com que a jovem fique com seu coração disparado. Assim que ela diz que estará lá, ele a olha com seus olhos que ele tinha tão provocantes. Toda vez que ele ficava com estes olhando para ela por mais de alguns segundos Linna sentia arrepios. O cavaleiro se aproxima da sacerdotisa e a beija devagar. Assim que eles interrompem o beijo, Mu diz com sua voz calma e maravilhosa, bem próximo ao ouvido de Linna:

—Estarei a sua espera.

—Sim, eu não me atrasarei.

Mu parte para a primeira casa do zodíaco. A sacerdotisa entra rapidamente em sua casa e se se encosta à porta fechada da entrada. Ela tinha um grande sorriso no rosto, Mu de Áries a fazia se sentir como se estivesse constantemente flutuando.

Logo já eram aproximadamente cinco horas da tarde.

O cavaleiro de Áries chega a sua casa:

—Olá mestre Mu

—Kiki, Linna virá hoje para o jantar.

—Oba! Mu-sama, me deixe fazer a janta hoje! Eu já comi a comida da Linna duas vezes, por favor!

—Se você deseja tanto, pode fazer.

—Eba! Vou começar agora mesmo. A que horas ela vem?

—Eu disse mesmo para ela vir mais cedo, não precisa ter pressa.

Neste instante Camus entra na casa de Áries, ele iria visitar sua irmã.

—Olá Camus— Mu cumprimenta Aquário.

O aquariano os cumprimenta e parte em direção à casa de sua irmã.

Linna já havia escolhido o que iria vestir, ela optou por uma blusa de botões azul clara que possuía uma pequena gola e uma saia de cor rosa que passava um palmo de seus joelhos, ela usaria junto um tamanco de cor azul. A sacerdotisa se preparava para entrar no banho quando escutou alguém batendo na porta de sua casa. Ela foi abrir.

—Nisan! Que bom ver você! Entre! — Linna então deixa um beijo na bochecha de seu irmão querido.

—Vim ver como você está.

—Irmão, eu gostaria de lhe dizer que deu tudo certo. Eu e o Mu estamos ótimos!

—Eu acabei ficando sabendo, parabéns irmã.

—Próximo às seis horas eu irei para Áries, não quer ficar e me acompanhar até lá depois?

—Pode ser.

—Sente-se nisan.

Camus senta no sofá e diz:

—Que bom que você está feliz.

—Eu estou muito feliz! Ontem foi tudo maravilhoso, olha o presente que o Mu me deu... —Linna mostra seu colar.

—Um presente muito bonito — diz o aquariano.

Os dois permaneceram conversando por mais meia hora até Linna ir tomar banho para sair. Ela coloca a roupa que escolheu e deixa seu cabelo solto.

—Vamos? — pergunta o cavaleiro de Aquário.

—Sim, vamos.

Os dois partem rumo às doze casas. Assim que chegam, Mu já esperava a jovem na entrada de sua casa. Camus diz:

—Pronto, está entregue, eu aqui me despeço — dizendo isso ele sai pelo lado oposto para chegar até sua casa.

—Entre minha doce sacerdotisa, sinta-se em casa — Mu vai de encontro a Linna.

Ela entra segurando as próprias mãos na altura da barriga sempre mantendo seu lindo sorriso no rosto. O cavaleiro de Áries lhe oferece uma poltrona:

—Sente-se.

Ela se senta.

—Kiki fez questão de lhe fazer a janta, logo estará pronta — dizendo isso ele senta em uma poltrona próximo à Linna.

—Esse garoto é mesmo um amor! — responde uma sorridente sacerdotisa.

Os dois conversam animadamente por mais de meia hora, quando da cozinha surge um Kiki de avental:

—A comida está pronta! — ele estava com o rosto parcialmente sujo de farinha.

—Olá Kiki! — diz a jovem com um grande sorriso no rosto.

—Eu resolvi lhe fazer a janta assim que eu soube que você viria irmãzinha.

—Ah Kiki! — Linna diz se levantando — você é mesmo uma gracinha, muito obrigada por se preocupar! — A tais palavras de Linna, Kiki abre seus lábios em um sorriso.

—Kiki, traga a janta enquanto eu arrumo a mesa — diz Mu.

—Sim senhor! — responde seu prestativo aprendiz.

—Deixa eu ajudar vocês... — Linna diz enquanto se aproximava rapidamente querendo ajudar.

—Nada disso, agora você irá apenas relaxar — fala o cavaleiro. A jovem sorri concordando com a cabeça.

Linna espera que Mu termine de arrumar a mesa, ele oferece uma cadeira para ela sentar. Ela senta. Kiki traz algumas travessas e panelas. O jantar se inicia.

—Kiki, muito boa sua comida, uma delícia! — Linna dizia após mastigar, olhava para o garoto.

—Eu aprendi cozinhando para o mestre Mu em Jamiel!

A janta se segue até que os pratos se esvaziem. Aproximadamente nove horas da noite Linna se despede e o cavaleiro de Áries a leva para sua casa. Kiki fica organizando a cozinha. E mais um dia termina no santuário.

No dia seguinte Linna acorda bem cedo, coloca sua roupa de treinamento e vai treinar no quintal de sua casa. Após o treino ela toma banho e vai visitar Shaka na sexta casa.

—Olá Shaka!

—Linna! Como você está?

—Eu estou bem, e você?

—Estou bem.

Os dois passam uma hora conversando e saem juntos para almoçar no salão. Linna conta como foi o jantar na casa de Áries no dia anterior:

— O Kiki se ofereceu para fazer a janta!

—E como foi?

—Tudo ótimo como sempre! — respondeu Linna com um grande sorriso no rosto.

Assim que chegam ao salão, alguns cavaleiros já estavam presentes, inclusive Mu e o seu aprendiz Kiki. O virginiano se senta próximo ao cavaleiro de Áries, deixando uma cadeira para que Linna sentasse exatamente ao lado do ariano. Na hora em que Mu percebe que Linna havia chegado, ele se levanta para puxar a cadeira para ela e a cumprimenta com um beijo. Todos novamente olham para os dois. Linna logo se acostumaria com isso, mas a hora ainda não havia chegado, ela novamente se envergonha.

—Como vai Linna? — pergunta Shura.

—Eu vou bem Shura, e você, como está?

—Estou bem obrigado.

A jovem cumprimenta ainda Aldebaram e Death Mask que estavam presentes à mesa.

Os pratos são postos e todos almoçam. Assim que Mu acaba de almoçar, ele pega na mão da sacerdotisa deixando todos à mesa com olhos bisbilhoteiros. Ele diz:

—Linna, agora eu passarei mais alguns exercícios ao Kiki, espero que nos vejamos a noite — e beija sua mão.

A jovem sorri para ele, ainda um pouco encabulada.

—Nos veremos a noite.

—Tchau irmãzinha! —despede-se Kiki.

—Tchau Kiki! — retribui Linna.

Após o almoço, a sacerdotisa novamente treina em sua casa, ela treina todas as magias que aprendeu até hoje. Quando começa a escurecer ela decide ir tomar um banho e jantar. A jovem veste um vestido branco de tecido fino, a noite estava apenas um pouco fresca. Quando são aproximadamente sete horas e meia ela sai de sua casa rumo à casa de Áries.

Enquanto isso na primeira casa, Mu e Kiki já haviam jantado e este resolve sair para dar uma volta. Assim que o garoto sai, Linna chega.

—Mu?

—Linna! Entre — diz o ariano à jovem.

A sacerdotisa entra e para diante ao seu cavaleiro. Ela toma a iniciativa para um beijo. Os dois vão até a sala para conversarem.

Eles permanecem mais de uma hora conversando até Mu oferecer:

—Aceita um suco?

—Sim — responde a jovem.

—Eu vou fazê-lo, espere aqui.

O ariano então vai até sua cozinha e prepara um suco de laranja para tomarem. Ele põe o suco em uma jarra de vidro e pega dois copos. Leva tudo para sala. Assim que chega, ele repara que Linna havia adormecido. Ele sorri e diz baixinho:

—Ela parecia mesmo cansada.

Mu então deposita a jarra e os copos na mesa e carrega a jovem adormecida para seu quarto. Ele a coloca gentilmente em sua cama e a cobre com um lençol. Ele a observa respirar calmamente. Então neste momento:

—Mu-sama... — Kiki pára quando repara a cena. Ele faz cara de preocupado. O cavaleiro dourado leva seu dedo indicador aos seus lábios fechados. Kiki ainda da porta pergunta sussurrando:

—Ela está bem?

Mu se levanta, passa pela porta, Kiki da um passo para trás e o cavaleiro apaga a luz e fecha a porta do quarto devagar.

—Ela devia estar muito cansada, acabou adormecendo.

—Ah bom, eu achei que poderia ter acontecido alguma coisa. Mu-sama? Posso pegar um copo de suco?

—Claro Kiki.

Kiki então pega um copo de suco de laranja e diz:

—Eu falei com Athena hoje, depois de amanhã a tardezinha iremos para o Japão.

—Certo. Lembre-se de não dar trabalho a ela.

—Pode deixar! — Kiki respondeu animadamente — posso levar o suco pra geladeira?

—Por favor... — responde o cavaleiro de Áries.

Kiki leva o suco para a geladeira, lava seu copo e guarda o copo limpo no armário. Ele volta para sala e se prepara para dormir. O garoto pega seu colchão que ficava guardado atrás do sofá e pega no armário da sala um cobertor fino.

—Mu-sama, o senhor ainda vai precisar de mim?

—Não Kiki, pode dormir.

—Aonde o senhor vai dormir?

—Aqui no sofá.

—Boa noite mestre Mu!

—Boa noite Kiki.

O cavaleiro pega um lençol dentro do armário da sala e se deita no sofá para dormir. Eram aproximadamente nove horas.

No meio da noite, próximo a uma da manhã, Linna desperta:

—Estou em Áries — percebe.

A sacerdotisa se levanta segurando seus braços, sentindo um pouco de frio: o tempo havia esfriado um pouquinho. O quarto estava escuro, mas ainda sim dava para se ver o caminho. Do vão da porta que dava para a sala, ela pôde observar que entrava claridade, possivelmente da lua. Ela abriu a porta devagar acordando Mu de Áries.

—Linna, volte a se deitar, ainda está tarde.

A jovem fita o chão, chateada, por ter dormido sem querer. Kiki permanecia dormindo. O cavaleiro de ouro continua:

—Gostaria que eu ficasse com você até que você adormeça novamente?

A sacerdotisa apenas faz que sim com a cabeça e entra no quarto. Ela espera em pé ainda envergonhada, por ter pegado no sono, a chegada do cavaleiro. Mu entra e deixa a porta um palmo aberta para que entre claridade. O cavaleiro diz:

—Pode se deitar.

Linna deita. O ariano a cobre novamente e senta ao seu lado, deixando suas pernas, abaixo do joelho, para fora da cama.

—Mu, me desculpe por ter pegado no sono.

—Não se preocupe com isso. Eu sinceramente gostei de você ter dormido. Isso demonstra que você se sente tranqüila em minha casa e mais ainda que confia na minha proteção.

A jovem de cabelos azuis sorri:

—Posso me deitar no seu colo? — pergunta.

—Claro.

Linna se aproxima de seu cavaleiro e repousa de lado sobre as pernas de Mu. Este acaricia seus cabelos até que em poucos minutos a jovem adormeça. O cavaleiro de ouro permanece assim por mais algum tempo, observando a jovem que dormia tranquilamente sobre suas pernas. Bem devagar ele se levanta e puxa um travesseiro para a sacerdotisa. Ele a olha uma última vez e volta para sala fechando a porta atrás de si.

Mu se deita no sofá e dorme até o amanhecer.

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